quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Clubinho dos leitores eloquentes - 2

Para quem não sabe, junto com o livro tem um mini-CD com vários convidados lendo as poesias. Estas pessoas formaram, sem saber, o Clubinho dos leitores eloquentes. O leitor número dois é o Léo. Ou melhor, o Leonardo Vinhas.



A gente sabe o que é que as empresas fazem com a gente. Sugam oito horas do nosso dia – sem contar o almoço. Aliás, tem gente que almoça na empresa e acaba ficando oito horas dentro daquele espaço. Que mais? Retém nossa criatividade, nossa disposição, nosso amor e afeto. Tudo isso no meio de pessoas esquisitas, que a gente não se relacionaria sem um salário. E aqui resumo em dois pontos o que as empresas fazem.

Um: nos obriga, em nome do profissionalismo e da produtividade, a ser afetuosos com pessoas horrendas.
Dois: nos obriga, também em nome do profissionalismo e da produtividade, a não ser tão afetuoso quanto gostaríamos com pessoas que são milagrosa e surpreendentemente interessantes e com quem tenhamos bastante afinidade.

Isso aconteceu com o leitor número dois, o Leonardo Vinhas. Ele foi meu chefe por algum tempo, mas, apesar disso, sempre se mostrou uma pessoa muito bacana, o que gerou imensos conflitos em mim. Eu tinha medo de agradá-lo, sob pena de parecer que estava puxando seu saco. Mas às vezes tinha medo também de exagerar nisso, e parecer que não gostava dele de jeito nenhum.


No fim, quando acabei não sendo mais chamado para a empresa, perdi algum dinheiro. Mas fiquei contente por outro lado, já que poderia, enfim, ser espontâneo com o Léo. E, desta maneira, pude chamá-lo para ler uma das poesias do meu livro.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário